Nos preparando para a perda após deixarmos a inocência: uma conversa com o diretor de A Plague Tale: Requiem

[L2jBrasil]

Resumo

• Xbox Wire France bateu um papo com diretor Kévin Choteau sobre o lançamento de
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• A sequência direta do elogiado
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  traz o retorno de Amicia e seu irmão Hugo, agora em uma nova e perigosa missão
• A Plague Tale: Requiem está disponível para Xbox Series X|S, Windows e também no Xbox Game Pass, PC Game Pass e Xbox Cloud Gaming (beta)

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Há alguns anos fomos apresentados aos irmãos Amicia e Hugo em uma aventura épica (e cheia de ratos) com A Plague Tale: Innocence. Agora estamos muito animados em nos reencontrar com eles em

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, que os coloca em uma nova e extensa missão que parece ainda mais perigosa do que a já passaram. Para saber mais o que nos aguarda, Xbox Wire France teve a chance de bater um papo com o diretor do jogo, Kévin Choteau, sobre os desafios de fazer a sequência de um jogo de sucesso, além de ratos, é claro.

Xbox Wire: Depois de Innocence, a sequência de A Plague Tale tem um subtítulo mais sinistro: Requiem. Essa foi a evolução lógica da história que querem contar?

Inocência era mesmo o tema principal do primeiro jogo. Conhecemos Amicia e Hugo com suas inocências infantis e, quando chegamos ao final, é também o fim dessa inocência. Eles não vão voltar a serem quem eram antes daquilo tudo. Aquela foi a primeira etapa da vida deles, assim como Requiem também é, e Requiem lida com temas bem difíceis, sendo a principal delas a morte e todos os aspectos envolta disso. Posso falar da morte da inocência, a morte que os ronda no dia a dia, a morte que Amicia tem que oferecer para sobreviver, e o impacto que isso tem sobre ela. Mas Requiem, como uma canção funerária, também é uma ode à vida, é o encerramento de um capítulo para o começo de algo novo, como ir a um funeral para dizer adeus para alguém enquanto se preparara para o início de um novo dia. Esses são temas difíceis, mas há leveza ali também.  

Xbox Wire: O primeiro jogo se passa no sudeste da França, mas vocês resolveram mudar a ambientação para a sequência, por quê?

Com Innocence, estávamos buscando autenticidade a todo custo, tanto em nossos personagens como na ambientação, e a forma mais relevante para alcançarmos isso foi fazer com que o jogo acontecesse em nossa região. Para Requiem, decidimos explorar o sudeste, Provença, mas também o Mediterrâneo. Essas são regiões onde você percebe uma influência maior de outras civilizações daquele tempo, com heranças dos romanos, mouros e até mesmo bizantinos. Além disso, o jogo acontece no verão, enquanto o primeiro se passa no inverno. Isso mostra um contraste: as paisagens são quentes, coloridas e ensolaradas. Ainda assim, o mundo ainda é sombrio, sangrento e severo.

Xbox Wire: A gente pode esperar uma nova ameaça específica dessa região?

Muitos assaltantes rondavam as rotas de comércio dessa região, especialmente em 1349. Após a chegada da praga, a Guerra dos 100 Anos deu uma acalmada e todos os soldados ficaram ociosos e formaram grandes companhias de brigadas. Esse é um aspecto da Idade Média que queremos enfatizar, o que resulta em uma nova adversidade no jogo.

Xbox Wire: No final do jogo anterior, a Amicia ganha um arsenal de armas bem impressionante. Você pode nos falar o que ela vai usar em Requiem?

No final de Innocence, Amicia já tinha matado algumas pessoas para proteger o irmão e para sobreviver. No novo jogo, ela claramente está mais madura, preparada e não vai deixar ser surpreendida mais, e isso se reflete nas habilidades dela em termos de jogabilidade. Ela agora pode atacar em combate corpo a corpo, contra-atacar e até mesmo usar uma besta. Usar armas de guerreiros é um grande passo em relação ao estilingue que ela usava, e que era originalmente um brinquedo. Porém, isso terá um grande impacto em sua evolução, seu físico, sua identidade, e o que fará ela se questionar quem ela é, quem vai se tornar e no que ela tem medo de se tornar. Querendo ou não, isso terá um impacto em Hugo, que verá a irmã muito mais livre nesse aspecto e vai querer fazer o que ela faz, mas o problema com Hugo é o que poder dele é bem maior, com maior potencial de destruição, e pode ser perigoso ficar brincando assim com fogo…

Xbox Wire: A gente pode esperar por um jogo mais voltado para a ação por causa disso?

Queremos dar aos jogadores uma liberdade maior. Innocence era muito linear e geralmente oferecia somente uma forma de resolver um problema. Agora, muitas situações podem ser abordadas de uma forma mais sútil ou com uso da força, e será possível até mesmo achar alternativas que mistura as duas opções. Também adicionados um sistema que fará as habilidades de Amicia evoluir de acordo com o seu estilo de jogo. Então, a escolha é sua na hora de decidir se vai por uma rota mais de infiltração ou com uma solução mais brutal…

Xbox Wire: Ratos fazem parte da identidade da série e estão mais numerosos na sequência. O que isso significa para os jogadores?

Colocar 300 mil ratos na tela é algo muito impressionante, principalmente quando eles formam uma espécie de tsunami para destruir tudo no caminho. Graças ao poder do Xbox Series X|S fomos capazes de criar novos sistemas para os ratos: os ataques e movimentos deles são mais orgânicos, podem superar obstáculos, subir em lugares altos etc. O resultado é uma nova dinâmica, em que eles podem se mover mais rápido, eficientemente e que não estão mais presos ao chão, podendo te surpreender de várias formas… em termos de espetáculo e jogabilidade, isso abre muitas possibilidades, e é realmente um prazer continuar a fazer coisas assustadoras com nossos ratos…

Xbox Wire: Além desses elementos, vocês decidiram fazer o universo do jogo bem ligado a história real. Por que fizeram essa escolha?

Queremos que você viva a história dos nossos personagens, mas sem precisar construir um mundo novo. Se fantasia pode ser incrível, é preciso que se criar regras para explicar um universo, sua construção, seus povos… isso se aplica também a ficção científica, e o que queremos é um mundo autêntico e realista, para podermos falar das relações entre nossos personagens. Se tivéssemos decidido criar um universo próprip, teríamos que falar desse aspecto também e focar menos nos relacionamentos. Então, nós temos uma certa liberdade, na medida em que nos apoiamos na realidade histórica e em crenças populares.

Xbox Wire: Com as últimas produções da Asobo (A Plage Tale: Innocence, Microsoft’s Flight Simulator e A Plage Tale: Requiem), o estúdio ficou conhecido por seus virtuosismos. Isso é algo que vocês se orgulham ou vocês sentem uma certa pressão, uma necessidade de sempre fazer melhor?

Para Innocence, tivemos a vantagens de não termos expectativa para nada, e mesmo se o jogo fosse um fracasso, não teríamos sofrido tanto. Porém, as coisas mudaram, o jogo foi muito bem recebido pelo público, e aí veio Microsoft’s Flight Simulator, que ganhou notas excelentes, uma comunidade incrível e que é um jogo em constante evolução e com novidades… então, claro, hoje somos menos serenos, e a gente imagina se criamos uma sequência que os jogadores querem e se vamos fazer jus a imagem da Asobo.

Xbox Wire: A Plage Tale: Innocence chegou ao Game Pass alguns meses após o lançamento, e Requiem está disponível já no lançamento. O sucesso da disponibilidade do primeiro jogo no Game Pass contribuiu para essa decisão com o novo jogo?

Ficamos muito felizes que Innocence foi incluído no Game Pass. Isso apresentou o jogo para muitas pessoas, expandiu muito a audiência e, como desenvolvedores, estamos interessados em disponibilizar o jogo ao maior número de pessoas possível. Por isso estamos felizes que Requiem está disponível no Game Pass no lançamento, porque aqueles que gostaram de Innocence vão poder jogar mais facilmente, e talvez muitos outros vão poder descobrir a franquia por esse meio. Foi graças aos jogadores e a recepção deles a Innocence que quisemos fazer uma continuação, e eu não consigo agradecê-los o suficiente, porque é graças a eles que estamos aqui hoje. Eu espero que vocês se sintam felizes com o que criamos. Nós colocamos nosso corpos e almas nesse game.

Xbox Wire: Como um gamer, o que você acha do Game Pass? Você já descobriu algum jogo interessante enquanto via o catálogo?

Eu tenho um filho de quase sete anos e, junto com ele, nós descobrimos os jogos da série Patrulha Canina que foram adicionados no Game Pass! Esse é o jogo para jogar em família, mas pessoalmente, sei que

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foi lançado recentemente e eu sei que vou jogar… na verdade, eu jogo um pouco de tudo que sai no Game Pass. Eu gosto de ser surpreendido!

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Agradecemos ao Kévin por tirar um tempo para conversar com a gente. A Plague Tale: Requiem já está disponível para Xbox Series X|S e Windows PC, e também no Xbox Game Pass, PC Game Pass e Xbox Cloud Gaming (beta)

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